Corações em pedaços
Posted: segunda-feira, 16 de novembro de 2015 by Cláudio Canadá in Etiquetas: Amigos, Atentados, França, Intolerância, Luto, Paris, Paz, Tristeza, Violência
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O mundo chora e homenageia os mortos e feridos nos atentados de Paris na última sexta-feira. Eu, particularmente tenho motivos de sobra para prestar homenagens àqueles que se foram de forma prematura e àqueles que que ficaram, despedaçados por mais um ato de violência e intolerância contra cidadãos inocentes.
Estivemos em Paris no início da semana dos atentados e como bons turistas, nos primeiros dois dias, caminhamos por grande parte da cidade, a pé e bem acompanhados pelos amigos Miguel e Sofia, que nos hospedaram na primeira noite na capital francesa. Foi impossível não observar um aparatoso movimento militar de segurança nas proximidades dos principais pontos turísticos da cidade e nos perguntávamos: "Será necessário tudo isso?" Entretanto, deixamos Paris e os nossos últimos três dias na França foram passados em La Ferte Sous Juarre, na companhia de mais um casal especial, Manuel e Preciosa Castro.
Foi uma semana encantadora entre amigos e com a temperatura agradável, na terça-feira fomos convidados a mais uma visita a Disney Paris acompanhados pelos amigos Eduardo Maluta e a querida Soraia. Na noite da quarta-feira, regressamos a Lisboa já a preparar a volta para Fortaleza que aconteceria na fatídica noite de sexta-feira 13.
Chegando ao Ceará, soubemos com horror dos acontecimentos na capital francesa na mesma noite da nossa viagem de regresso ao Brasil. Porém, não tínhamos a noção de que piores notícias estariam por vir do outro lado do oceano: dos quase 150 mortos nos atentados, um deles, um senhor português que estava a trabalho nos arredores do Stade de France, era o simpático e amoroso pai na nossa amiga e anfitriã Sofia. Mal pude acreditar quando, via internet, a mesma me confidenciou o inferno em que a sua vida se transformara naquele momento. Não tive reação, não lhe pude descrever os sentimentos de perplexidade, tristeza e revolta sentidas em um instante único, miscelâneas intraduzíveis mas que ainda continuam a me bater a porta.
Assim, por mais que escreva sobre uma homenagem a fazer aos mortos e feridos e a todas as famílias despedaçadas por mais uma tragédia premeditada, não vou encontrar palavras que possam expressar os meus sentimentos em relação a Sofia, a nossa amiga, a eterna "loira alentejana" que tenho o privilégio de conviver há mais de 10 anos.
Sofia, que Deus abençoe a ti e a tua família com o Seu Imenso Amor.
Cláudio Canadá e Jeanne Magalhães