"Dick Vigarista"
Posted: quarta-feira, 27 de janeiro de 2010 by Cláudio Canadá inDepois de duas semanas ausente devido às viagens e exames puxados na universidade, gostaria de esclarecer um tema que foi destaque nas duas últimas semanas na imprensa desportiva mundial: a volta de Michael Schumacher à F1. Beleza! Acho o alemão o grande nome do automobilismo de toda a história (os números falam por si) e este retorno vai dar algum gás ao campeonato de 2010.
Mas, cá pra mim, há muito o que se diga sobre este retorno. Quero ir por partes... Recordem-se quando o alemão saiu da Benetton e seguiu para a Ferrari, com uma pipa de massa à mistura. Rastejou-se no alfalto durante várias corridas até contratarem o exímio acertador de carros chamado Rubens Barrichello. Resultado: campeão do mundo por anos seguidos pela escuderia vermelha mas, tendo o brasileiro como escudeiro.
É verdade que os seus campeonatos pela Benetton foram controversos pois actuou como um autêntico "Dick Vigarista" das pistas, intentando contra Damon Hill e depois Jacques Villeneuve. Foi por cima de pau e pedra que foi campeão, aliás como na Ferrari, tinha uma equipa a trabalhar somente para ele. Tudo bem, foi campeão e demos-lhe o mérito afinal, já na Ferrari teve atitudes mais coerentes como campeão.
Deixou a F1 em grande, pela melhor porta que poderia existir até que o acidente com Felipe Massa forçou a ida de um substituto. Badoer tentou e não conseguiu; Fisichella tentou e se deu mal até achavam que o problema é que não teriam piloto a altura para substituir o brasileiro acidentado. Chamaram o alemão que, depois de alguns treinos, afirmou que teve dores no pescoçinho e não estaria em forma devido às suas quedas de moto.
Agora volta pela equipa campeã do mundo do ano passado, com uma p... estrutura de equipa de ponta. Tem na teoria, o melhor carro, o melhor motor e o melhor estrategista da F1 actual para além dum salário exorbitante. Meus caros, cá pra mim, Michael Schumacher não passa de um falastrão e no ano passado, sentiu que não teria um bom carro para retornar às competições. Não quis arriscar e fazer feio. Mas agora, com tudo o que há de melhor, foi fácil convencê-lo a voltar. Fácil fácil, não foi?
Se o alemão fosse mesmo bom, voltaria por uma equipa pequena, levando investimentos preciosos e atraindo as atenções do mundo automobilístico somente para ele. Se não vencesse, tudo bem, o carro não seria competitivo. Mas agora, tem as vitórias como obrigação e se não as conseguir, vai na realidade mostrar o seu lado de Dick Vigarista. Levem em consideração que hoje, há muitos pilotos com talento suficiente para superá-lo e este será o maior o desafio do alemão: não se deixar superar.
Conseguirá?