Uma juventude transviada

Posted: segunda-feira, 19 de julho de 2010 by Cláudio Canadá in
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No final de semana que passou, nas nossas andanças pelos caminhos de Portugal, pudemos constatar que a nova leva de cidadãos mundiais está mesmo muito aquém dos nossos anseios e expectativas. Com o chegar da idade, lembro-me muito da canção "Como nossos pais" de Belchior e com a inesquecível interpretação de Elis Regina; aconselho a sua lida, ou ouvida principalmente àqueles que acreditam que a nova geração é surpreendentemente superior à anterior.

Os antigos jovens eram sonhadores, sempre com o desejo de um mundo melhor e igualdade para todos. Foram muitas as lutas em favor do reconhecimento social, das causas a favor da democracia e respeito pela vida humana, objectivando um futuro sorridente para os seus filhos. Estou certo de que esta geração agiu bem, as suas árduas lutas não foram em vão mas pelo que observo nos dias que correm, começo a recear pelos anos vindouros.

Soube da história de um jovem muito arrogante, que estava a assistir a um jogo de futebol e tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, o porque da impossibilidade de alguém da velha geração, entender a actual. Foram estas as suas palavras:

"Vocês cresceram num mundo diferente, um mundo quase primitivo. Nós, os jovens de hoje, crescemos com Internet, telemóvel, televisão, aviões a jacto, viagens espaciais, homens caminhando na Lua, as nossas naves visitam Marte.. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogénio, computadores com grande capacidade de processamento e..." (pausa para tomar outro gole de cerveja)

O senhor que ouvia aquela ladainha toda aproveitou o intervalo do gole para interromper a liturgia do jovem rapaz e disse:

- Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando nós éramos jovens... por isso nós inventamo-las. E você, sua merda arrogante dos dias de hoje, o que é que está a fazer para a próxima geração?

Belo ensinamento; num mundo onde miúdas de 14 anos começam a fumar e consumir álcool por causa da auto-afirmação, será ao menos interessante o respeito pelas gerações anteriores, sem esquecerem absolutamente das próximas.

1 comentários:

  1. Monaliza says:

    No mundo onde os as crianças de 14 anos não pensam só em beber e fumar por auto-afirmação como também mantém relações sexuais como se já tivessem responsabilidade para isso e engravidam e cometem abortos como quem troca de roupa. Não estudam mas sim frequentam a escola. Deus é que sabe que tipo de gente teremos daqui alguns anos. Pelo menos ainda há uns poucos mas muito poucos que buscam fazer a diferença.