O que está a dar
Posted: segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 by Cláudio Canadá inFacebook é o que está a dar! A sociedade actual não permite que alguém não possua um perfil no FB sob pena de ficar fora da “onda”. A realidade é que a maioria daqueles que têm um perfil passa uma boa parte das suas vidas a checar a página só para ver se há alguma coisa nova. Os muitos usuários das redes sociais gastam um bom tempo pensando no que colocar no site para que os seus contactos leiam e comentem os posts. Há mesmo quem exponha a sua vida pessoal com intimidades que não interessam aos demais e ainda, procuram voltar as atenções dos amigos da rede para algum problema que esteja a enfrentar. Estes participantes assíduos das redes sociais costumam coleccionar centenas de amigos e postar fotos em situações felizes e infelizes mas, esses relacionamentos virtuais podem trazer muito stress e ansiedade.
Por exemplo, alguém que posta algo sobre a sua saúde, sobre a sua intimidade ou algo que chame a atenção para eventuais comentários virtuais na rede, tem a tendência a se stressar na obtenção ou não destes comentários. Tenho exemplos de amigos que têm cirurgias marcadas ou realizadas e postam aquilo com o notório objectivo de chamar a atenção. Então, ficam a espera dos comentários, ansiosos, sedentos pela atenção dos amigos. Isto, para mim, tornou-se doença! Qualquer coisa que se faça, se o filho disse isso ou aquilo, se o computador está lento, se há uma dor de dente ou ainda, se há adversidades no dia-a-dia com os projectos ou com as pessoas, é postado sem reservas. E quando os comentários não vêm? É um problema… Mas para resolver a questão, posta-se um comentário mais forte e que, consecutivamente “force a barra” fazendo com que os amigos da rede sintam a necessidade de comentar aquele post. Apelação total!
E aqueles casais que brigam por causa do Facebook? Há coisas que se tornam incontroláveis quando a dedicação ao site é grande. Já presenciei discussões por causa do FB e até já vivi algo parecido, com mal-entendidos que até se entendem pois quando não há conversa, há desentendimentos. Assim, o melhor é o entendimento pessoal e personalizado, deixando de lado esta virtualidade subjectiva. É que, o Facebook também separa… cuidado.
Outra coisa, no meu perfil, tenho recebido convites para as mais diversas aplicações. Na verdade, até me sinto pressionado para fazer algumas actualizações criativas e não tenho pachorra para tantas mariquices. É que, eu trabalho, estudo, tenho uma filha, amigos de verdade, gosto de conversar e olhar nos olhos das pessoas e preciso dar atenção à cara-metade, né? Aí você me pergunta: “por que então você continua a usar o Facebook?". Simples, “é o que está a dar”! Como jornalista, obviamente que preciso daquele espaço. Tenho lá também pessoas maravilhosas, antigos e novos amigos e ao menos mantê-los ali é confortante. Mas não vou dedicar horas dos meus dias a um site de relacionamentos pois na verdade, tenho mesmo muito o que fazer. Mas também gosto de ser recordado por eles, bastando ao menos uma lembrança no dia do meu aniversário.
É... O Facebook é a onda da hora, mas antes dele já foi o orkut (que vem caindo nos conceitos brasileiros por ser usado para propagandas comerciais e abuso de pornografia - o que em parte eu concordo), o twitter (clássica página para encontrar famosos), o badoo... Talvez o Facebook ainda não fora "envenenado" com algo que nos canse, e manter nossos contatos através dele sempre é muito bom. Mas fazer daquele espaço uma maneira de ser seu "oxigênio", chega ao limiar do absurdo mesmo...