Ivete Sangalo se apresentou ontem em Lisboa. Não é o tipo de artista que eu goste ou que admire musicalmente. Mas há de ressaltarmos a energia que a baiana trouxe para esta terra de crise. A musicalidade envolve as pessoas, anima-as e fazem-nas esquecer por breves momentos dos assuntos negros da actualidade.

Entretanto, quem foi ao concerto, disse-me que ela passou todo o tempo referenciando o povo português, deixando a brazucada de lado. Ora, 90% daquele público era composto por brasileiros e apenas 10% serem referenciados é dose...

Não sei se acredito nesta versão mas se for verdade, é lamentável que, uma artista que vem do Brasil e que tem o seu avolumado cachet pago na sua maioria por 90% do público, não faça referência aos humildes conterrâneos em terras de Camões, que devem ter trabalhado por meses para garantir o bilhete para assisti-la.

Bem, eu já a entrevistei nos tempos de rádio no Brasil e confesso que não foi a mais simpática artista com quem tive o prazer de dividir o mesmo microfone. Resta-me a esperança de que neste intervalo de 13 anos ela tenha se redimido e se transformado numa pessoa mais acessível ao resto dos mortais.