Uma leve parada para recarregar as baterias e analisar o ano de 2012 na minha vida, foi isso. No dia 30 de Novembro de 2011 desembarquei com malas e cuias em Fortaleza após quase 13 anos de vida em Portugal e como dizia Dominguinhos aliado a Elba, "trazendo na mala bastante saudade...". O importante das decisões é olhar para a frente pois boas ou más, elas sempre trazem junto um punhado de consequências que devemos assumir.

Não foi um ano fácil, garanto. Houve da minha parte, um excesso de ansiedade e ao mesmo tempo, confiança no ser humano que teima em me apresentar uma das suas faces mais inquietantes, a falta de seriedade. São comportamentos estranhos de certos indivíduos que causam hecatombes na vida de quem ali depositou de boa fé, a confiança de que tanto necessitamos para os dias de hoje. Eu já tinha visto este filme algumas vezes e teimo em continuar acreditando no ser humano; não perco a fé de que ainda há gente boa e séria neste mundo.

Encontros, desencontros, côncavos, convexos e achados os perdidos... Faço assim o resumo do ano. Este foi 2012, que trouxe consequências irreversíveis pela sua teimosia em aproximar e distanciar pessoas, algumas, descartáveis e facilmente substituíveis. Surpresas agradáveis e desagradáveis, todas importantes para que o ano se consolidasse como inesquecível. O desaparecimento de pessoas boas e especiais, a chegada de novos e o reaparecimento de antigos que modificaram substancialmente o dia-a-dia de um 2012 fadado a ser simplesmente um ano a ser esquecido. Pelo contrário e muito. Serão assim todos os anos?

Viva 2012! Não, não é contradição... Cheguei onde cheguei não foi por linhas retas e muito menos por brandos mares mas sim, por estradas longas e sinuosas, com altos e baixos e curvas escorregadias, onde despistei-me através de barrancos repletos de pedras e espinhos. Mares bravios que teimavam em me enganar, fingindo não haver o faroleiro, sonho de todo navegador perdido na tempestade. Por estes obstáculos, pude me encontrar, me reerguer, descobrir novos caminhos e seguir. Há ainda pontos que precisam de atenção pelo que, se me despistar de novo, de novo me levanto e de novo volto para a estrada e continuo em frente. Não desisto, não canso de tomar o caminho e não abdico de ser EU.