O caso Nelsinho Piquet vs Renault tomou proporções inesperadas não só no padock da F1 mas também na imprensa mundial. Já deu para perceber que a "briga" dos Piquet é com Flávio Briatore que para além de chefe da equipa francesa foi o manager do Nelsinho até o culminar de toda esta situação. Deu para perceber também que esta briga de gigantes ultrapassa e muito os assuntos relativos a F1 pelo que nota-se o teor pessoal nas recíprocas acusações. O nível baixou e muito e na minha opinião, a culpa, na sua maioria é do Nelsinho.

O jovem Piquet vinha de actuações para lá de discretas em 2008 e para ficar "bem na fita" deve ter mesmo recebido o "convite" para bater de bom grado e ajudar Alonso a vencer a corrida com a entrada do safety car na pista de Singapura. Mas o convite poderia ter sido recusado e Nelsinho poderia ter se imposto àquela "proposta de urso". Claro que perderia logo o emprego mas aí sim, viria até a imprensa e poderia expor o caso para a análise inclusive dos milhares de pseudo-jornalistas espalhados pelo mundo.

Apresentar baixíssimo rendimento, sendo superado significativamente pelo colega de equipa, em qualificação e em corrida é motivo mais que suficiente para perder o posto. Mas, utilizar a perda do emprego para levar ao conhecimento do mundo a aldrabice ocorrida naquela corrida é algo que não enobrece o piloto e mancha não só a sua carreira mas também todo o circo da F1. Talento todos nós sabemos que Nelsinho Piquet possui pois já deu provas nas categorias anteriores mas perdeu a credibilidade, não por ter aceito o recusável convite para bater em Singapura mas sim, por ter utilizado um "briefing" da sua equipa como argumento no processo de revolta por causa do desemprego.

Sou fã assumido do Nelson Piquet (pai), sempre fui. Mas analisemos outra coisa: qual a legitimidade que tem o tri-campeão ao acusar em outras oportunidades o Rubens Barrichello de "fracassado" após o famoso Grande Prémio Austríaco em que Barrichello "abriu" para Schumacher vencer a corrida? Ao aceitar o referido convite oferecido pela Renault, Nelson Piquet deveria ter orientado o seu rebento a mandar o Briatore às favas, afirmando-se como um Piquet, típico aquele que habituamos a ver ao longo da F1 e principalmente, honrando as palavras ferrenhas do pai. É que, se Barrichello "era um fracassado" por ser o segundo piloto do Schumacher, Nelsinho também esteve na mesma, por ter sido o segundo piloto do Alonso e principalmente por ter ido muito longe na sua actuação como escudeiro.

Analisem vocês próprios. Eu... estou mesmo é farto de "merditas" e acredito mesmo que há muito que a F1 perdeu a sua essência.