Como jornalista e apreciador de bons debates, deixo aqui uma menção dos meus últimos encontros com adeptos de equipas de futebol em Portugal. Não vou citar os nomes dos clubes mas os meus queridos portugueses, pelo teor do texto, vão saber de quais adeptos falamos. Não quero me prolongar no assunto pois sempre ouvi dizer que, futebol, religião e política não se discutem. Gostos são gostos, não se discutem mesmo, mas... lamentam-se.

Quero apenas frisar alguns pontos cruciais para esclarecer o lado psicológico do assunto. Odiar um clube antes de amarmos o nosso próprio, é prestar uma grande homenagem ao desafecto. Se começo o dia pondo em primeiro plano o meu ódio pelo rival (ou inimigo) serei suficientemente parvo em dar prioridade na minha vida ao outro, não ao meu (ou a mim). Mas, não vos cheira a despeito???

É que, a grandiosidade de um clube não é medida apenas pelo futebol praticado mas também pelo comportamento e atitudes dos seus adeptos. Se estou sempre a falar mal do meu desafecto, é porque este incomoda-me por ser maior do que eu, por ser extremamente superior. Sim, porque se fosse inferior, não estaria preocupado em falar dele, "cagava" no assunto e seguia o meu caminho em paz, sem formular ataques de despeito e/ou de desrespeito.

Os verdadeiros grandes e superiores, não se importam em atacar os pequeninos e/ou medíocres. Na realidade acontece justamente o contrário. São os medíocres que insistem em atacar aqueles que os quais nunca vão conseguir ao menos igualarem-se na grandiosidade. Há equipas que demonstram a sua grandiosidade a cada dia, não só pelo passado mas principalmente pelo o que significam no desporto. O duro é aceitar que "o vizinho tenha uma mulher mais gostosa que a minha!"