Casamento Gay: a saga
Posted: quinta-feira, 7 de janeiro de 2010 by Cláudio Canadá inJá tinha postado aqui a minha abstenção ao assunto que voltou a tona nos últimos dias em Portugal. Continuo na mesma. O assunto é delicado e merece sim a apreciação dos políticos e da sociedade em geral. É uma realidade em que vivemos mas que deve ser tratada com responsabilidade. Apesar de me abster (ainda) do assunto, li um artigo publicado pelo João Pereira Coutinho "In Expresso" que me fez reflectir e merece também a apreciação dos amigos internautas:
"Abomino histerias. E o casamento "gay" é histeria. Segundo dizem, recusar o casamento a pessoas do mesmo sexo é uma "discriminação". As pessoas dizem a palavra "discriminação" e esperam que eu me comova. Não me comovo. Claro que é uma discriminação. E daí? Todos os dias, a todas as horas, sobre as mais variadas personagens, a sociedade exerce as suas "discriminações". Se, por mera hipótese, eu pretendesse casar com duas mulheres, estaria impedido pela força da lei. Não será isto uma "discriminação"? Por que motivo o Estado impede que três adultos que se amam possam construir uma família em conjunto?
Arrisco hipótese: porque a sociedade estabeleceu os seus códigos de conduta, os seus símbolos, as suas "instituições". São estes códigos, estes símbolos, estas "instituições" que sustentam a vida em sociedade e não vale a pena questioná-los por cálculo racionalista. Acabamos por chegar a conclusões francamente lunáticas. Se o casamento passasse a ser um mero contrato baseado no afecto (a visão sentimental da tribo), não haveria nenhuma razão substancial para impedir todas as formas possíveis de casamento: entre pais e filhos; entre irmãos; entre duas mulheres e um homem; entre uma mulher e vários homens; etc.
É justo que duas pessoas do mesmo sexo que partilham uma vida em comum possam assegurar certos direitos sucessórios ou fiscais. Não é justo desmontar o casamento tradicional para acomodar o capricho de uns quantos. Pior: o gesto apenas abriria uma nova forma de"discriminação" sobre todos os outros - pais e filhos; irmãos; duas mulheres e um homem; uma mulher e vários homens - que são deixados injustamente à porta do matrimónio. Tenham juízo e, já agora, portem-se como homenzinhos."
A ver vamos...
Deixem os caras se casarem. qual o problema? todo mundo tem direito.