É o assunto que gera debate em todos os meios sociais no país. Já há gente com a mão na cabeça por causa do aumento de 1% no IRS para além de pensarem que tudo vai piorar pois pensam que o país está na banca rota. Meu povo, calma! Não é bem assim o pensamento que devemos ter em conta neste momento difícil. Vamos por partes mas primeiramente permitam-me ser um bocadinho irónico...

O país está em crise! De quem é a culpa? "Do Governo Sócrates", certo?

Mais países da Europa também estão em crise. De quem é a culpa? "Do Governo Sócrates", certo?

A Comissão Europeia diz que todos os países têm que ter um plano de austeridade para o combate à crise. Culpa de quem? "Do Governo Governo Sócrates", certo?

O euro está em baixa com constantes quedas nos mercados internacionais. Mas de quem é raio da culpa? "Do Governo Sócrates", certo?

A economia mundial não é mais a mesma; constantes aumentos nas taxas, no petróleo, nos géneros de primeira necessidade para além dos cortes orçamentais em praticamente todas as multinacionais? A culpa deve ser do Governo Sócrates? Não, claro que Não! É o momento de pararmos de acusar o Primeiro-ministro das desgraças que Portugal está a sofrer, bem como todos os países da Europa.

Vamos raciocinar: a crise instalou-se em todos os mercados mundiais. A Europa vive um drama onde as grandes potências entraram em colapso. Em Espanha, o desemprego já beira os 21% e muitas empresas já fecharam as suas portas. Itália e França estão no mesmo caminho, sem falar na malograda Grécia. Portugal, pequenino como é, não ficaria indiferente ao "comboio da discórdia" que está a aumentar o número de carruagens.

Obviamente que os governos têm que tomar atitudes que possibilitem a recuperação económica dos seus mercados e estas, só serão possíveis com medidas nada populares e até mesmo anti-sociais. É um mal necessário. Dói, é grotesco, uma violência aos nossos bolsos, mas tem que ser. Enquanto membros de uma sociedade, temos que nela pensar como um todo. Penso também no mau exemplo dos gestores das grandes empresas públicas que abdicam do respeito e da vergonha.

Vamos pensar assim: Se há um plano de austeridade para evitar a banca rota, que este seja para todos. Que penalize os políticos, coitadinhos, sempre a usufruir das suas tenebrosas regalias sem pensar minimamente no trabalhador que cumpre o seu horário e contribui vivamente para o engrandecimento deste país. Que penalize as grandes contas, não o pequeno assalariado que faz malabarismos com os seus vencimentos. Que penalize a quem não quer trabalhar e vive às costas do estado.

Austeridade sim, indecência não!

Enquanto isso não acontece e penso que nunca vai acontecer, só posso pedir para que contenham as vossas despesas. Como tudo vai aumentar a partir de Julho, pensem bem antes de contrair um dívida para aquelas tão sonhadas férias na República Dominicana... Porque antes não viajar por Portugal?