São muitas as notícias e fofocas que marcaram esta semana que passou. Para além dos feriados em Portugal, o que foi muito bom para quem quis ir a praia, os tablóides serviram pratos cheios de de informações sobre o mundo desportivo e outras coisas mais importantes ficaram de lado. Apesar de acompanhar com muita tristeza as actualizações sobre a tragédia do voo 447 da Air France, fui obrigado a dar uma vista d'olhos "naquilo que está a dar".

Os 93 milhões de euros pagos ao Machester United pelo Real Madrid visando o jovem Cristiano Ronaldo foi o assunto nos tops das notícias. É verdade que esta é a transacção mais cara de todos os tempos no futebol mundial mas também mereceu a minha reprovação pelo actual momento em que vive a economia mundial. Podem criticar à vontade aqueles que acham que o futebol está acima de tudo, dos homens, do futuro, do trabalhador que dá o seu sangue para o sustento da família e até dos seus próprios filhos.

Encaro isso como uma ofensa e ainda um atestado de incompetência a todos aqueles que lutam pela sobrevivência todos os dias; daqueles que estudam, investem na sua formação sempre desejando dar um futuro digno para os seus filhos. Sei bem que a vida é assim, quem pode pagar o preço não mede esforços e paga. Mas este abuso de poder torna-se também um ultraje, não pela concorrência das outras equipas mas sim, pelo desrespeito pela decência humana.

Coitados dos médicos que passam praticamente 10 anos das suas vidas estudando, pesquisando e aprendendo a lidar com a ciência que é tratar do ser humano e nem sonham um dia serem tratados com tanto capitalismo; dos juízes, que são obrigados a estudar durante anos, vasculhando o direito até aos primórdios da humanidade; dos professores, classe sobrecarregada e mal remunerada; dos bombeiros que dão as suas vidas em prol do próximo. Pode até parecer utopia tudo isto que cito mas acreditem que é uma observação lógica de quão pequeno é o ser humano.

E viva o futebol!