Calamidades "semi-naturais"

Posted: quinta-feira, 8 de abril de 2010 by Cláudio Canadá in
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Desta vez foi o Rio de Janeiro a sofrer consequências das chuvas torrenciais que têm caído pelo mundo. Já foram muitas tragédias desde o início do ano onde famílias inteiras foram destruídas por causa dos fenómenos da natureza. Mas, temos que analisar estas catástrofes, infelizmente de modo frio e tirarmos conclusões justas e acertadas.

Chuva, sempre houve; terramotos também. São fenómenos naturais previsíveis que não deveriam preocupar os habitantes do planeta. Mas porque acontecem tantas catástrofes no mundo? Porque tantos desabamentos, inundações e vidas interrompidas? Alguns cépticos afirmam que se Deus realmente existisse, não permitiria que tais calamidades acontecessem com os seus filhos. Então, a natureza é obra de quem?

A reflexão fria destes últimos acontecimentos é importante para as atribuições de culpas; umas para os políticos, que não fazem nada pelos seus eleitores a não ser promessas de uma vida melhor; outra parcela vai para aqueles que invadem os terrenos e com as suas construções frágeis, ficam indefesos contra as “obras” da natureza. Mas estes, voltam a pôr as culpas nos políticos pois prometeram e não cumpriram as promessas de uma vida melhor e lhes permitiram viver naquelas zonas.

O jogo de vai-e-vem continua e ninguém é responsabilizado pelas tragédias. Então, sobra Deus nesta história, "que também não fez nada para abster os seus filhos de tamanha fúria divina". É mais fácil culpar Deus por estas calamidades. Ele não vai se queixar, nem mesmo ir a imprensa tentar culpar alguém, muito menos intentar uma acção em tribunal contra difamação e danos não patrimoniais.

O ser humano sofre as consequências dos fenómenos naturais pelos seus próprios actos. Já se sabe que algumas vezes, chove à cântaros; que algumas vezes a terra treme. Porque não estamos preparados para a chamada fúria da natureza? Não acredito que o homem com tantas potencialidades não consegue criar formas de prevenção das catástrofes naturais, como por exemplo, construções mais firmes e ordenadas bem como o respeito pelo urbanismo e pela própria natureza.

Com o império do capitalismo no mundo em que vivemos, esqueceram-se do principal: a vida humana. Perante o crescimento desordenado das sociedades, o factor humano é apenas um detalhe, rapidamente esquecido depois de enterrarmos os nossos mortos.

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