Nesta sexta-feira fui obrigado a entrar em contradição relativamente aos meus desejos de sol e bom tempo em Portugal. Há várias semanas que venho me queixando das chuvas e do frio e que não via a hora de aparecer o tão desejado solinho para expulsar o mofo acumulado até nos neurónios.

Ele veio, aqueceu e foi-se novamente. Tudo por causa de um fenómeno conhecido por anti-ciclone dos Açores, que trouxe de volta o mau tempo ao continente. Mas, porque a contradição aqui referida? É que, Portugal neste momento, é um dos poucos países europeus que não corre riscos de receber no seu território as tão badaladas nuvens de cinzas da Islândia que está a gerar o caos na aviação neste velho continente.

De acordo com os entendidos, há uma corrente de Leste a passar pelo sul da Inglaterra na baixa atmosfera e que não permite que as cinzas cheguem até nós. Muito bom, apesar das centenas de voos cancelados só no país e que causam significantes prejuízos. A tal nuvem deve ir para o atlântico, o que já não é mau de todo. Enquanto isso, aviões em terra; "ninguém se mexe".

Há mais contradições: é primavera, altura dos pólens no ar e para quem é alérgico, é um Deus-nos-acuda. Não se consegue dormir bem e os espirros e irritações nas mucosas são uma constante. Bendito o Sr. Anti-ciclone açoriano que fez cair uma tremenda carga d'água desde terça-feira e faz com que as alergias diminuam. Parece que este senhor ficará entre nós até domingo, depois voltam os meninos pólens para dar cabo do meu juízo.