O poder de compra dos portugueses apresenta um crescimento negativo desde 2005. Se no ano passado o recuo foi de 1,4 por cento, em 2009 deverá cair 1,2%.
As contas são do Observatório Cetelem que diz ainda que em caso de necessidade de cortar em despesas, o tabaco, o álcool e as idas aos cafés e restaurantes serão os primeiros tópicos a ter em conta.

Segundo a mesma análise, entre 1997 e 2007 o poder de compra nacional cresceu a um ritmo de apenas 0,1% ao ano, no segundo pior valor da amostra apresentada de 13 países europeus. Atrás fica apenas a Itália, que contou com uma média de menos 0,8% na década referida.

«Em toda a Europa o nível de vida, que em 2008 diminuiu significativamente, continuará a baixar em 2009», referiu a responsável pelo Observatório Cetelem, Conceição Caldeira da Silva, na conferência de imprensa que decorreu em Lisboa.

Segundo a mesma análise, 24% dos portugueses inquiridos admitem que cortaria nas bebidas alcoólicas e no tabaco, 19% nos hotéis, cafés e restaurantes, 13% em lazer, cultura e turismo e 8% nas telecomunicações. O último tópico a abdicar em caso de menores rendimentos é a saúde (com 0%), a alimentação (1%) e a educação e ensino (igualmente com 1%).


Já em caso de aumento dos rendimentos, 22% dos portugueses reforçariam nas despesas em alimentação, 19% em saúde e 15% em lazer, cultura e turismo. Mas a pesquisa esqueceu de citar os automóveis 0km. É que mesmo cortando os gastos com as bebidas, tabaco, etc..., os portugueses fazem questão de possuírem e apresentarem uma boa caranga! Faz parte, é importante nos apresentarmos com um carro como deve ser.

Ora, será que resolvem a questão se cortarem no tintol e no cigarrinho? Duvido! Vai lá no Centro Comercial Colombo e Vasco da Gama e comprovem. Lojas cheias, priorizando as aparências pois estar "apresentável" é algo de essencial. Ter um bom carro também. Isso não atrapalha. O vinho e o tabaco são os bodes expiatórios para a justificação dos cortes.