Apesar das manchetes dos principais jornais e televisões darem destaque à crise em Guiné-Bissau, fui deparado com a noticias de que o comissário para os Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, admitiu nesta terça-feira a possibilidade de uma nova revisão em baixa das últimas previsões de crescimento para a Europa, devido à complexidade da crise económica que aqui se instalou.

É que a Comissão Europeia anunciou esperar um recuo do PIB em 2009 de 1,9 por cento na zona euro e de 1,8 por cento no conjunto da União Europeia, antes de uma retoma com um crescimento em 2010 de 0,4 por cento na zona euro e de 0,5 por cento na UE-27.


O comissário também não excluiu que os governos europeus sejam levados a aumentar os esforços de relançamento face à recessão, se os planos implementados até aqui não chegarem.
Ele afirmou que a Comissão vai acompanhar de forma "muito estreita" o impacto dos planos já decididos ao nível nacional e ao nível europeu, porque "talvez ulteriormente se os efeitos são insuficientes, tenhamos de renovar os nossos esforços". Espero bem que o comissário distinga "esforço" de "sacrifício".

O impacto global das medidas tomadas na União Europeia face à crise tem um impacto de 3,3 por cento do PIB europeu, segundo a Comissão Europeia. E como será o impacto em Portugal? E na Espanha onde a taxa de desemprego é a maior dos últimos tempos com mais de 3 milhões de espanhóis a coçar a micose?

A comissão já parou para pensar que o povo não deve ser o único elemento susceptível aos sacrifícios impostos para se fugir à crise? Baixem os preços dos bens, dos impostos, diminuam os lucros dos bancos, das petrolíferas, dos grandes latifundiários... Pode ser que assim comecem a ver a tão falada luz no final do túnel.