Não há dúvidas de que paira no ar um clima anti-imigração na Europa, o que é penalizante para aqueles que estão com a sua situação legal indefinida.

O que é certo é que, esta nova directiva que entra em vigor em 2010, “criminaliza” os cidadãos indocumentados que podem ficar detidos até 180 dias a espera dos devidos repatriamentos. Já se ouvem as vozes das críticas perante a posição dos parlamentares europeus bem como o repúdio da nova lei considerando-a “desumana”.

Este é um assunto muito delicado e que poderá ter efeito concreto dentro de cada estado membro da UE.

Entretanto, é preciso analisar as várias e complexas situações: no ano passado foram apanhados em situação ilegal em Portugal quase quatro mil cidadãos. De acordo com os relatórios de segurança interna, o Brasil está no topo da lista com quase 2.800 casos de imigração ilegal, seguido da Ucrânia, da China, da Índia, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.

O Serviço de Estrangeiros de Fronteiras (SEF) efectuou nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas, quase 6.800 operações de fiscalização.
Em 2007, o SEF recusou quase quatro mil entradas. Os brasileiros são aqueles que mais vê barrada a entrada em Portugal e na Europa. Os motivos são vários, desde a falta de justificação para entrada no país, a ausência de vistos ou documentos caducados e ainda documentos falsos. No mesmo ano, o SEF iniciou 2.500 processos de expulsão de imigrantes ilegais, na sua maioria brasileiros.

Ainda de acordo com os mesmos relatórios, os brasileiros lideram o número de imigrantes legais em Portugal. Em 2007, foram pedidos no SEF 5.500 vistos, a maioria por cidadãos do Brasil.