O presidente da Galp Energia “finalmente” reconheceu que a imagem da Galp Energia foi afectada com o descontentamento dos consumidores face à recente e especulosa escalada dos preços dos combustíveis, que levou inclusivamente à convocação do boicote dos dias 1, 2 e 3 de Junho.
A Galp recebeu cartas e devoluções de cartões de fidelização, os famosos cartões Galp que funcionam como um cartão de crédito para o abastecimento do cliente, com uma vantagem de se obter descontos em cada litro abastecido.
Já se fala num estudo de mercado sobre o que é que os portugueses acham da empresa petrolífera. Segundo ele, os pontos negativos apontados serão depois corrigidos pela Galp.
Sobre o referido boicote ele não se pronunciou e disse «ser uma vergonha a utilização» dos meios colocados contra a empresa, nomeadamente correio electrónico e SMS.
Não acredito que a Galp vá levar em consideração o que os consumidores optarão por denunciar. Vejam só:
“os pontos negativos serão apontados e depois corrigidos”.
Mas como????? Se o Exmo. Sr. Doutor, (Engenheiro ou sei lá o que) Presidente da petrolífera afirma que o boicote é uma vergonha, como podemos acreditar que a empresa irá corrigir seja lá o que for se não for para o seu benefício próprio?
O boicote do dia 1, 2 e 3 foi uma explícita demonstração de democracia, de vontade popular! Uma mobilização nacional onde os consumidores entenderam que vivem num estado de direito democrático e que podem optar pelo sim ou pelo não. Desde quando vontade popular e mobilização pelos direitos de cidadão é uma vergonha?
A vergonha é continuarmos a ver estes senhores executivos com elevadíssimos ordenados, carros de serviço (topo de gama, diga-se de passagem), cartões de crédito quase com plafonds ilimitados e todas as regalias que são impostas ao consumidor.
Há de se ressaltar que “os lucros” da Galp não podem descer… têm que estar sempre acima da média e o correcto para o mercado é que o único sacrificado seja o consumidor.
Sinceramente, este é um assunto que já nos tira do sério e faz com que pelo menos “o meu boicote” continue.