O Governo vai reduzir o número de postos de trabalho para cidadãos não-comunitários devido à menor necessidade de mão-de-obra estrangeira, ou seja, brasileiros e cidadãos que não sejam da comunidade europeia são os atingidos. A atitude do governo é contrariada pelas associações de imigrantes, sindicatos e organizações ligadas à Igreja, que afirmam que a intenção do Governo é "proteccionista", "imoral", "incoerente" e "preocupante".

Para o director da Obra Católica Portuguesa das Migrações, Frei Francisco Sales, trata-se de "uma medida populista, que nada resolve e nada tem a ver com a realidade", lamentando que em tempos de crise "se faça dos emigrantes bodes expiatórios". Opinião partilhada pelo vice-presidente da Casa de Angola, para quem "se lá fora se fizesse o mesmo com os portugueses caía o Carmo e a Trindade". Jaime Araújo lembrou também que esta medida "não cai bem" quando Portugal tenta investir e reforçar os laços com a comunidade lusófona.

Discussões à parte o que interessa mesmo é que, quem está pensando em largar o Brasil para "tentar" dias melhores em Portugal deverá repensar no assunto pois será muito difícil conseguir a bendita legalização através dos "meios legais". Há uma grande quantidade de imigrantes ilegais no país tentando um visto de permanência e que vêem cada vez mais longe estas possibilidades em virtude das novas políticas do governo.

É óbvio que há de haver um controlo do fluxo de imigrantes no país, uma política activa para gestão concreta da circulação de pessoas não-comunitárias. Entretanto, não se pode esquecer daqueles que já se encontram em território português na fila de espera para obterem o documento. É importante a não verificação da marginalização destes "trabalhadores" para que não haja um conflito interno, repercutindo naqueles que trabalham e contribuem para o engrandecimento do país.